A verdade sobre a cena mais famosa de Titanic: Kate Winslet revela detalhes surpreendentes
Kate Winslet conta curiosidades dos bastidores da icônica cena da porta em Titanic e revela dificuldades enfrentadas no lançamento do filme.
Em uma recente entrevista ao podcast Happy Sad Confused, Kate Winslet compartilhou detalhes surpreendentes sobre a filmagem de uma das cenas mais icônicas de Titanic (1997). O filme dirigido por James Cameron, que se tornou um dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos, ainda desperta curiosidade mais de 25 anos após seu lançamento. Agora, Winslet está revelando os bastidores da famosa cena da porta, onde sua personagem, Rose, flutua em segurança enquanto Jack (Leonardo DiCaprio) permanece na água gelada, o que muitos fãs acreditam ter selado o destino trágico do personagem.
A cena final de Titanic, em que Jack se sacrifica para manter Rose segura em um pedaço de porta flutuante após o naufrágio do famoso transatlântico, é uma das mais discutidas na história do cinema. Durante anos, fãs especularam se Jack realmente precisava morrer, uma questão que gerou teorias, memes e até experimentos para provar que ambos poderiam ter sobrevivido.
Filmagens em tanque raso e efeitos de cinema
Winslet revelou que a sequência da porta foi filmada em um tanque de água muito mais raso do que parece na tela. “Aquele foi um tanque bem estranho“, explicou a atriz. “Era na altura da cintura. Leo [DiCaprio] estava, infelizmente, ajoelhado no fundo do tanque.” Isso significa que a ilusão cinematográfica foi criada com ângulos de câmera, iluminação e efeitos sonoros que deram a impressão de que o casal estava flutuando no meio do oceano gelado.
Outro detalhe curioso compartilhado por Winslet foi a facilidade de manobrar no tanque, o que permitia pausas rápidas para necessidades básicas. “Eu ficava tipo, ‘Posso ir fazer xixi?’, e então eu me levantava da porta e andava até a borda do tanque, que ficava a uns 20 pés de distância. Eu literalmente tinha que sair do tanque, fazer o que precisava e voltar”, lembrou a atriz com bom humor.
Apesar das condições relativamente confortáveis em comparação com o que a cena sugeria, as filmagens tiveram suas complicações, especialmente no que diz respeito ao som. Winslet revelou que a recirculação constante da água no tanque causava ruídos que interferiam nas gravações de áudio. “Havia água correndo constantemente nas bordas do tanque, então havia um som contínuo que acabava captado pelos microfones“, explicou.
Como resultado, boa parte dos diálogos da cena final precisou ser regravada em estúdio. “Os últimos 22 minutos do filme são totalmente regravados“, disse ela, destacando que a equipe teve que recriar as falas dos personagens em um processo conhecido como looping ou ADR (Automated Dialogue Replacement), o que é comum em grandes produções.
Fuga dos holofotes no lançamento de Titanic
Winslet também compartilhou uma história pessoal comovente sobre o lançamento do filme. Apesar de Titanic ter catapultado sua carreira para o estrelato global, ela teve poucas oportunidades de experimentar o sucesso imediato da produção. Quando o filme estreou em Londres, Winslet estava internada no hospital devido a uma grave intoxicação alimentar. Para piorar, quando o filme foi lançado nos Estados Unidos, ela estava lidando com a perda trágica de seu ex-namorado, Stephen Tredre, que faleceu de câncer. Winslet descreveu esses eventos como uma maneira de o universo protegê-la ou lembrá-la de que há coisas mais importantes na vida.
“Foi uma época muito estranha para mim“, refletiu a atriz, acrescentando que só foi assistir ao filme em um cinema semanas depois, de forma discreta. “Entrei em um cinema lotado em Nova York com duas amigas, e foi lá que vi Titanic pela primeira vez. Lembro-me de pensar: ‘Meu Deus. Isso é surreal. Estou em um desses filmes em que todas as cadeiras estão ocupadas.’ Foi uma sensação muito estranha.”
A cena da porta, embora tecnicamente simples, gerou questionamentos durante muito tempo. Desde o lançamento do filme, fãs debatem se Jack poderia ter sobrevivido caso ambos tivessem subido na porta flutuante. Até mesmo James Cameron entrou na discussão ao longo dos anos, defendendo sua escolha de direção. Cameron chegou a argumentar que, embora a porta fosse grande o suficiente para os dois, o problema era a flutuabilidade—Jack teria afundado se tentasse subir com Rose.
Em 2012, um episódio do programa MythBusters tentou testar a teoria, concluindo que Jack poderia, de fato, ter sobrevivido se ambos tivessem ajustado suas posições. A polêmica sobre a cena foi tão grande que Cameron anunciou e lançou, em 2023, um documentário utilizando ciência forense para provar de uma vez por todas que Jack não poderia ter sobrevivido. O cineasta argumentou que o sacrifício de Jack era uma decisão narrativa essencial, e não apenas uma questão de física.