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Cólica Menstrual: Entenda os Sintomas, Causas e Tratamentos

A atriz Fernanda Souza, em entrevista à revista Capricho, relatou a intensidade de suas cólicas menstruais, que a impediam de trabalhar. A ginecologista Helena Lapa (CRM-SP 221.722 e RQE 106.763) explica que a cólica menstrual, ou dismenorreia, é uma dor abdominal inferior que surge antes ou durante a menstruação. Ela é causada pelas contrações uterinas para expelir o endométrio, processo influenciado pelas prostaglandinas, substâncias que provocam inflamação e dor.

Níveis elevados de prostaglandinas intensificam a dor. Na fase lútea (antes da menstruação), a queda de progesterona inicia o desprendimento do endométrio, causando inflamação e sensibilidade na região pélvica. A cólica menstrual pode ser primária (sem condição subjacente, comum em jovens, podendo melhorar com a idade) ou secundária (associada a condições como endometriose, adenomiose, cistos ovarianos, miomas ou doença inflamatória pélvica).

Sintomas da Cólica Menstrual: A dor abdominal ou pélvica em cólicas pode irradiar para as costas e coxas. Outros sintomas incluem: sensação de peso na pelve, gases, náuseas, vômitos, dor de cabeça, diarreia ou constipação, fadiga, mal-estar, dores nas pernas e irritabilidade ou alterações de humor (associadas à tensão pré-menstrual).

A Dra. Lapa destaca que a cólica é comum, principalmente nos primeiros dias da menstruação. A dor geralmente começa um ou dois dias antes ou no primeiro dia do fluxo, durando de um a três dias, mas pode variar. Em casos leves, dura horas; em casos graves, a dor pode persistir por toda a menstruação. A intensidade varia de mulher para mulher e de ciclo para ciclo, influenciada por níveis de prostaglandinas, sensibilidade individual à dor, doenças, estresse e fatores emocionais. Hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e má alimentação também impactam.

Quando se preocupar: Procure ajuda médica se a cólica for incapacitante, intensa, não melhorar com analgésicos ou compressas quentes; se a duração for prolongada, persistindo após o fim da menstruação ou ocorrendo continuamente; ou se houver cólicas repentinas em mulheres que nunca as tiveram ou que costumavam ter dores leves. A atenção também é necessária se a cólica estiver associada a fluxo intenso ou irregular, sangramento entre ciclos, febre, calafrios, dor durante ou após a relação sexual, náuseas, vômitos ou alterações intestinais graves.

Impactos na vida da mulher: A dor pode levar ao cancelamento de compromissos, afetando relacionamentos e causando isolamento. Cólicas recorrentes e intensas podem gerar incapacidade, afetar a autoestima e levar à sensação de que a vida é condicionada ao ciclo menstrual, gerando sofrimento psicológico e limitações. A dor pode dificultar tarefas básicas, trabalho, estudo, causar cansaço físico e mental, alterações emocionais e psicológicas (irritabilidade, ansiedade, depressão), e interferir no sono.

Tratamento e alívio: O tratamento inclui anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco, ácido mefenâmico), mais eficazes que analgésicos comuns como dipirona e paracetamol. Métodos não farmacológicos incluem compressas quentes, exercícios (ioga, caminhada, Pilates), técnicas de relaxamento, dieta equilibrada (rica em ômega-3, magnésio e vitamina E), evitando cafeína e estimulantes, e chás calmantes (camomila, gengibre). Anticoncepcionais hormonais podem regular os hormônios e reduzir a dor, principalmente em casos de outras condições ginecológicas. A consulta médica é essencial para tratar condições concomitantes e melhorar a qualidade de vida.

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