Festival Red Sea: Cinema Saudita em Destaque e Estrelas Internacionais
A quarta edição do Red Sea International Film Festival (RSIFF), em Jeddah, na Arábia Saudita, promete mais uma vez destacar a crescente indústria cinematográfica do país, além de filmes do Oriente Médio, África e outras regiões.
O festival, que acontece de 5 a 14 de dezembro, terá uma programação diversificada, incluindo 15 filmes em competição, além de outros títulos já aclamados em outros festivais. A abertura ficará por conta do filme The Tale of Daye’s Family, de Karim Shenawi, que conta a história de um menino albino de 11 anos. Já o encerramento será com o filme biográfico de Robbie Williams, Better Man, dirigido por Michael Gracey. Viola Davis está entre as estrelas confirmadas para o evento.
Em entrevista ao Hollywood Reporter, Shivani Pandya Malhotra, diretora-gerente da Red Sea Film Foundation, falou sobre o estado atual da indústria cinematográfica saudita, as co-produções internacionais, as oportunidades de crescimento e o papel das estrelas no festival.
Sobre o sucesso do cinema saudita, Malhotra destacou: “Apesar de apoiarmos filmes árabes, africanos e asiáticos, temos muito orgulho do que está acontecendo na Arábia Saudita. É uma indústria muito jovem, com apenas cinco anos. Temos visto um progresso imenso. O cinema saudita está sendo consumido pelo público local e os filmes estão tendo um bom desempenho comercial. Tivemos momentos de orgulho com filmes como Mandoob (Night Courier) e Sattar, que quebraram recordes de bilheteria e superaram muitos filmes de Hollywood exibidos aqui.”
Malhotra também comentou sobre a formação de novos talentos: “Estamos realizando nossos laboratórios ao longo do ano — temos um programa de longa-metragens, um programa com cinema independente, acabamos de iniciar um programa de séries, e fazemos laboratórios de música e cinema. Estamos apoiando jovens cineastas da Arábia Saudita e das regiões em que focamos (Oriente Médio, África e agora Ásia). E quando eles passam tempo juntos, criam fortes relacionamentos que levam a co-produções. O filme de abertura deste ano, The Tale of Daye’s Family, é uma co-produção entre Egito e Arábia Saudita. Esperamos que isso também comece a acontecer com outras regiões.”
Quanto à importância das estrelas para o evento, ela afirmou: “É uma mistura de tudo. O talento é muito importante. A indústria é jovem, então todos estão se adaptando. O bom é que estão construindo cinemas. A bilheteria é forte e robusta, e as previsões indicam que continuará crescendo. Estamos permitindo que o público assista ao cinema e interaja com pessoas que eles acompanham. Para a comunidade cinematográfica, é inspirador conversar com grandes diretores ou talentos. O feedback que recebemos é que os talentos também gostam, pois há muito engajamento, e estão capacitando uma nova geração de cineastas e esta nova indústria. Acho que funciona para todos.”
Sobre as co-produções e colaborações: Malhotra explicou que o festival e seu mercado são fundamentais para isso, pois atraem produtoras e profissionais de alto nível que buscam colaborações com a Arábia Saudita. Ela destacou os incentivos oferecidos pelo país para o desenvolvimento da indústria do entretenimento e cinema, incluindo estúdios e fundos de investimento. A diretora também ressaltou a importância da Ásia, África e mundo árabe, devido à sua grande população jovem e ao consumo crescente de conteúdo internacional, indicando o potencial para a criação de conteúdo local que transcenda fronteiras.
Para quem nunca esteve no Red Sea Film Festival, Malhotra recomendou: “Se você busca negócios, há grandes oportunidades aqui, dada a trajetória de construção de cinemas e bilheterias. Esta parte do mundo consome muito conteúdo, então é uma forma de divulgar seu conteúdo e adquirir conteúdo desta região. Há oportunidades de colaboração e co-produções. A Arábia Saudita oferece muitos incentivos para produções realizadas aqui. Há muitos estúdios construídos no país e diversos fundos criados. Existe uma enorme oportunidade de negócios na Arábia Saudita e na região. Estamos fazendo um esforço para que as pessoas se conectem. Temos as tradicionais discussões em painel, os estandes de exibição e os mercados de projetos. Além disso, temos diversas sessões de networking. É um ótimo espaço para conhecer pessoas, ver e descobrir conteúdo único. No Red Sea, as pessoas podem descobrir cineastas e talentos dos quais talvez não estivessem cientes.”