“Golpe de Sorte em Paris” de Woody Allen chega ao Brasil em setembro
O filme acompanha a história de Fanny e Jean, um casal da alta sociedade parisiense interpretado por Lou de Laâge e Melvil Poupaud, respectivamente.
O diretor Woody Allen retorna aos cinemas com seu 50º longa-metragem, “Golpe de Sorte em Paris”, cuja estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 19 de setembro. Este destaque na trajetória do cineasta mostra sua capacidade de se reinventar, explorando novos idiomas e culturas cinematográficas, bem como sua longevidade e prolífica produção no mundo do cinema.
“Golpe de Sorte em Paris” traz uma narrativa envolvente sobre o papel do acaso e da sorte na vida das pessoas, uma temática recorrente na obra de Woody Allen. O filme acompanha a história de Fanny e Jean, um casal da alta sociedade parisiense interpretado por Lou de Laâge e Melvil Poupaud, respectivamente. Fanny, a protagonista, se encontra insatisfeita com sua vida aparentemente perfeita e, ao reencontrar um antigo colega de escola, Alain (Niels Schneider), começa a questionar as escolhas que fez e o rumo que sua vida tomou.
O encontro inesperado com Alain desperta em Fanny uma nova perspectiva sobre sua existência, levando-a a refletir sobre a autenticidade de sua vida e o quanto suas decisões foram moldadas pelo acaso. Essa exploração do papel da sorte e do acaso, temas centrais em “Golpe de Sorte em Paris”, remete a uma das questões filosóficas favoritas de Allen: até que ponto controlamos nosso destino?
Filmagem em francês
Um dos aspectos mais interessantes de “Golpe de Sorte em Paris” é o fato de ter sido rodado inteiramente em francês, um idioma no qual Woody Allen não é fluente. Essa decisão inusitada para o diretor americano surgiu, segundo ele, durante o processo de finalização do roteiro. Allen revelou seu amor pelo cinema europeu, especialmente pelo cinema francês, como uma das razões para a escolha do idioma. “Sempre fui apaixonado pelo cinema europeu e muito fortemente pelo cinema francês”, declarou Allen, destacando que seus produtores receberam a ideia com entusiasmo.
Dirigir em uma língua estrangeira apresentou desafios únicos, mas também permitiu a Allen uma nova forma de trabalhar com os atores. “Eu só falo inglês, então nunca pensei que teria a chance de trabalhar em outro idioma, mas descobri que foi bom porque pude perceber se uma pessoa está atuando de forma convincente ou não”, explicou. Ele contou com o apoio de um supervisor de roteiro e de operadores de câmera fluentes em francês para garantir que as performances fossem autênticas. Além disso, incentivou os atores a improvisarem e adaptarem suas falas ao contexto cultural francês, o que resultou em atuações mais naturais e espontâneas.
Recepção e estreia internacional
“Golpe de Sorte em Paris” teve sua premiére mundial no prestigiado 80º Festival Internacional de Cinema de Veneza, onde foi recebido com grande expectativa. A escolha de Veneza para a estreia não é por acaso; o festival é conhecido por destacar obras de grande relevância artística e por seu apreço pelo cinema autoral, características que alinham perfeitamente com a filmografia de Allen.
A crítica internacional tem destacado a sutileza com que Allen explora os dilemas da vida moderna através do prisma do acaso e da sorte, elementos que permeiam sua filmografia desde filmes como “Match Point” (2005) e “Crimes e Pecados” (1989). Com “Golpe de Sorte em Paris”, Allen reafirma sua maestria em criar narrativas que, embora centradas em dilemas pessoais, ressoam com uma ampla audiência global.
Um legado cinematográfico
Woody Allen, nascido Allan Stewart Konigsberg em 1935, é um dos cineastas mais influentes e prolíficos de sua geração. Sua carreira, que abrange mais de seis décadas, é marcada por uma vasta produção que inclui clássicos como “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), “Manhattan” (1979) e “Meia-Noite em Paris” (2011). Ao longo dos anos, Allen foi reconhecido com quatro Oscars, três Globos de Ouro e onze prêmios BAFTA, entre outras honrarias.
Além de seu trabalho como diretor e roteirista, Allen também é conhecido por sua atuação em muitos de seus próprios filmes, onde frequentemente interpreta personagens neuróticos e introspectivos, refletindo suas próprias ansiedades e questionamentos filosóficos. A distribuição de “Golpe de Sorte em Paris” no Brasil fica a cargo da O2 Play, empresa que tem se destacado no cenário nacional por trazer filmes de qualidade ao público brasileiro.