Lionsgate aposta em releitura de Psicopata Americano com direção de Luca Guadagnino
O diretor Luca Guadagnino está prestes a dirigir uma nova adaptação de Psicopata Americano para a Lionsgate
O cineasta Luca Guadagnino, conhecido por obras de destaque como Me Chame Pelo Seu Nome e Suspiria, está prestes a assumir mais um projeto ousado em sua carreira. Segundo informações divulgadas pelo portal Deadline, Guadagnino está em negociações finais para dirigir uma nova adaptação do polêmico romance Psicopata Americano, escrito por Bret Easton Ellis, para o estúdio Lionsgate. A adaptação do roteiro ficará a cargo de Scott Z. Burns, conhecido por seu trabalho em filmes como O Ultimato Bourne e Relatos do Mundo.
Diferente de um simples remake, o novo filme será uma releitura do romance original de Ellis, publicado em 1991. A obra é conhecida por abordar temas como a alienação e o materialismo na sociedade americana da década de 80, representados na figura de Patrick Bateman, um banqueiro de investimentos que leva uma vida dupla como assassino em série. O livro, que rapidamente se tornou controverso devido às suas descrições explícitas de violência e sua crítica social ácida, foi adaptado para o cinema pela primeira vez em 2000, com Christian Bale interpretando o protagonista e Mary Harron na direção.
O presidente do Lionsgate Motion Picture Group, Adam Fogelson, declarou entusiasmo com a escolha de Guadagnino para o projeto. “Luca é um artista brilhante e o visionário perfeito para criar uma interpretação totalmente nova desta IP potente e clássica“, afirmou. A expectativa em torno desta adaptação é grande, considerando o histórico do cineasta italiano com obras que exploram temas profundos e complexos, muitas vezes lidando com questões de identidade, moralidade e desejo.
Guadagnino, que recentemente completou as filmagens de Queer, adaptação do romance de William S. Burroughs, já tem uma vasta experiência em trabalhar com narrativas provocativas. Seu filme mais recente, Rivais, estrelado por Zendaya, foi um sucesso nas bilheterias, reafirmando sua habilidade em conciliar arte e apelo comercial.
Produção e equipe
A produção do novo Psicopata Americano será realizada pela Frenesy Films, produtora de Guadagnino, em parceria com a Pressman Film. Sam Pressman, filho de Edward R. Pressman, produtor do filme original de 2000, será o produtor executivo. A escolha de Pressman como parte da equipe sugere uma continuidade de visão entre as adaptações, mas com a promessa de uma abordagem renovada por meio do olhar único de Guadagnino.
Além disso, o roteirista Scott Z. Burns traz sua vasta experiência em criar roteiros com narrativas densas e personagens complexos. Entre seus trabalhos mais reconhecidos estão a série Extrapolations, da Apple TV+, e o thriller Relatos do Mundo. Sua participação como roteirista garante que o tom crítico e provocador da obra original de Ellis será mantido, mas adaptado às sensibilidades e questões contemporâneas.
A influência de Psicopata Americano
Desde seu lançamento, Psicopata Americano dividiu opiniões. Sua crítica feroz ao capitalismo desenfreado e à superficialidade da sociedade de consumo tornou a obra um marco, ao mesmo tempo em que seu conteúdo explícito gerou censura e controvérsias. O romance foi banido em alguns países e continua a ser discutido pelo público e pela crítica, especialmente no que diz respeito ao tratamento gráfico da violência e à representação do consumismo exagerado dos anos 80.
A adaptação cinematográfica de 2000, com Christian Bale como Patrick Bateman, se tornou cult com o tempo, especialmente por causa da atuação de Bale e sua capacidade de transitar entre a frieza calculada de Bateman e seus rompantes psicóticos. No entanto, com as mudanças sociais e culturais das últimas duas décadas, há uma expectativa sobre como Guadagnino trará um novo olhar para a história, particularmente no que diz respeito às questões de gênero, poder e violência, que ganharam novas camadas de discussão na cultura popular atual.
A escolha de Guadagnino para dirigir uma nova versão do clássico de Ellis não é surpreendente para quem acompanha o trabalho do diretor. Ele sempre demonstrou interesse por personagens que vivem à margem, explorando o que há de mais obscuro e fascinante no comportamento humano.