Angelina Jolie retorna aos holofotes com uma interpretação impressionante da lendária soprano Maria Callas no filme “Maria“, dirigido por Pablo Larraín. Conhecido por seu trabalho biográfico, Larraín já explorou personalidades femininas icônicas como Jacqueline Kennedy em “Jackie“ (2016) e a Princesa Diana em “Spencer“ (2021), ambas performances aclamadas que levaram suas protagonistas ao centro das premiações de cinema.
Agora, com “Maria”, o cineasta chileno promete mais uma vez capturar as nuances de uma mulher marcada pela intensidade de sua vida pública e privada, através de uma narrativa introspectiva.
O filme acompanha os últimos dias de Maria Callas, uma das cantoras de ópera mais reverenciadas do século XX. Callas, nascida em Nova York, mas de ascendência grega, alcançou fama mundial com sua voz poderosa e performances teatrais, mas sua vida pessoal foi marcada por uma série de tragédias e turbulências emocionais. O drama biográfico de Larraín explora esse momento final de reclusão em Paris, quando Callas se afasta dos holofotes e reflete sobre seu legado. A trama busca ir além da celebridade e revelar a luta interna da artista com sua identidade, carreira e solidão.
Angelina Jolie, conhecida por sua carreira eclética e por suas escolhas de papéis complexos, assume o desafio de dar vida à icônica cantora. A atriz, que já conquistou um Oscar por seu papel em “Garota, Interrompida“ (1999), impressiona com sua transformação para interpretar Callas, tanto fisicamente quanto emocionalmente. A preparação minuciosa de Jolie para o papel incluiu um estudo aprofundado da vida de Callas, desde suas performances até os detalhes mais íntimos de sua vida pessoal.
A atuação de Jolie em “Maria” já está sendo elogiada por críticos e pela audiência, com uma recepção calorosa no Festival de Cinema de Veneza, onde o filme teve sua estreia mundial. A ovação de oito minutos no Teatro Sala Grande emocionou Jolie, que foi vista enxugando lágrimas. Este retorno emocional e poderoso ao centro das atenções, após anos longe de papéis de grande destaque, solidifica ainda mais sua posição como uma das atrizes mais talentosas de sua geração.
Data de lançamento e exibição nos cinemas
Em uma revelação exclusiva da Variety, a Netflix anunciou que “Maria” será lançado nos cinemas dos EUA em 27 de novembro, com estreia mundial na plataforma de streaming em 11 de dezembro. Essa estratégia de lançamento em dois estágios é típica de produções que visam os grandes prêmios, especialmente o Oscar, garantindo que o filme seja elegível para a temporada de premiações, ao mesmo tempo em que maximiza sua audiência global através do streaming.
Além da data de lançamento, a Netflix também divulgou uma nova imagem oficial do filme, destacando Angelina Jolie caracterizada como Maria Callas. A imagem, que rapidamente se espalhou nas redes sociais e veículos de cinema, mostra Jolie com uma expressão introspectiva, vestida em trajes elegantes que remetem ao estilo inconfundível da soprano. O visual foi cuidadosamente recriado para capturar a essência da cantora, refletindo o requinte e a complexidade emocional que marcaram seus últimos dias.
Segundo a Variety, a Netflix garantiu os direitos de “Maria” após uma intensa disputa com outros grandes estúdios, uma indicação clara da confiança no potencial do filme. Essa competição acirrada aconteceu nas vésperas do Festival de Veneza, e a aquisição do projeto pela gigante do streaming é vista como uma jogada estratégica para garantir uma forte presença na corrida do Oscar.
A performance transformadora de Jolie
A atuação de Angelina Jolie em “Maria” já está sendo apontada como uma das mais poderosas de sua carreira. Após mais de uma década sem indicações ao Oscar — sua última nomeação foi em 2008 por “Changeling” (dirigido por Clint Eastwood) —, Jolie está novamente no centro das discussões para a próxima temporada de prêmios. Especialistas apontam que sua transformação como Maria Callas, tanto no aspecto físico quanto emocional, poderá garantir uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. A atriz já lidera as listas de previsões da Variety Awards Circuit e outros veículos especializados, que destacam a profundidade e intensidade de sua performance.
A colaboração de Jolie com Pablo Larraín marca um novo ponto alto em sua carreira. Larraín, conhecido por seu enfoque íntimo em personagens femininas, constrói aqui um retrato delicado de Callas, explorando suas vulnerabilidades e questionamentos. O roteiro, assinado por Steven Knight (“Dirty Pretty Things”), traz uma abordagem filosófica sobre fama, legado e o impacto da vida pública nas emoções pessoais.
Para Jolie, que há anos se dedica a projetos humanitários e a uma carreira no cinema mais focada em produções de grande escala ou blockbusters, “Maria” representa um retorno às suas raízes dramáticas. A expectativa é que o filme a coloque novamente no radar de Hollywood para papéis complexos e desafiadores, como aqueles que marcaram o início de sua trajetória.