Adam Driver lidera grande elenco no ambicioso “Megalopolis”
O filme dirigido por Francis Ford Coppola teve seu primeiro trailer lançado. A trama mistura elementos romanos com uma América moderna e apresenta um elenco estrelado.
O aguardado filme “Megalopolis” finalmente deu as caras ao público com o lançamento de seu primeiro trailer, marcando mais um capítulo na já histórica carreira de Francis Ford Coppola. Este projeto ambicioso e de longa data, que o aclamado cineasta tem idealizado por mais de quatro décadas, vem sendo anunciado como um “épico romano ambientado em uma América moderna imaginada”, e já está causando burburinho tanto entre os cinéfilos quanto na crítica especializada.
O filme é centrado na cidade de Nova Roma, uma metrópole fictícia que se encontra à beira de uma transformação profunda. Adam Driver interpreta Cesar Catilina, um artista visionário que acredita na construção de um futuro utópico, enfrentando a resistência do conservador prefeito Franklyn Cicero, vivido por Giancarlo Esposito. A narrativa se complica quando a filha de Cicero, Julia (Nathalie Emmanuel), se vê dividida entre o amor por Cesar e a lealdade ao pai, personificando o conflito entre o progresso e a tradição.
A marca de Coppola
O trailer já deixa claro que Coppola não está apenas repetindo fórmulas, mas sim desafiando-as. A estética visual da Nova Roma é ao mesmo tempo futurista e enraizada em referências clássicas, criando um contraste visual que remete às épocas de ouro do cinema, algo que o diretor sempre soube fazer com maestria.
Uma das cenas mais impactantes do trailer é quando Cesar Catilina, de Driver, está prestes a pular de um arranha-céu, um momento de tensão que é intercalado com sinopses de críticas negativas dos filmes anteriores de Coppola, como “O Poderoso Chefão” (1972), “Apocalypse Now” (1979) e “Drácula de Bram Stoker” (1992). Essas obras, que inicialmente receberam reações mistas, hoje são consideradas clássicos incontestáveis. A escolha de inserir essas críticas no trailer parece ser um comentário direto de Coppola sobre a evolução de sua própria obra e uma provocação ao status quo crítico.
O elenco de “Megalopolis” é uma verdadeira constelação de talentos. Além de Driver, Esposito e Emmanuel, o filme conta com Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Jon Voight, Laurence Fishburne, Talia Shire, Jason Schwartzman, Kathryn Hunter e Dustin Hoffman, entre outros. Cada nome traz consigo uma bagagem de atuações consagradas, o que aumenta ainda mais as expectativas em torno do filme.
Adam Driver, que se destaca como uma das estrelas mais versáteis de sua geração, já comentou em entrevistas sobre o caráter único do filme. Em uma declaração ao The Face, ele descreveu a obra como “selvagem em grande escala”, destacando a dificuldade de definir o projeto antes de assisti-lo por completo. “Não há muitos precedentes para isso; é algo realmente único,” disse Driver, sugerindo que Megalopolis pode ser tão revolucionário quanto os melhores trabalhos de Coppola.
Apesar da grandiosidade do projeto, “Megalopolis” não esteve livre de polêmicas. Durante as filmagens, surgiram acusações sobre o comportamento de Coppola no set, particularmente durante uma cena em uma boate, onde ele teria agido de maneira inadequada com figurantes femininas. Esses relatos lançaram uma sombra sobre a produção, gerando discussões sobre o ambiente de trabalho em grandes produções de Hollywood e o legado de diretores veteranos. O filme teve sua estreia no Festival de Cinema de Cannes deste ano, onde, como era de se esperar, dividiu opiniões.
Um futuro construtivista
O pôster oficial do filme, lançado junto com o trailer, traz Cesar, o personagem de Driver, envolto em um prisma brilhante, com a frase “Se você não consegue ver um futuro melhor, construa um”. Essa mensagem encapsula a essência do filme, que se apresenta como uma “fábula” sobre a luta por um mundo melhor.
“Megalopolis” chega aos cinemas dos Estados Unidos no dia 27 de setembro e, apesar de ainda não ter uma data de lançamento oficial no Brasil, a expectativa é alta. O filme promete ser mais uma peça essencial na filmografia de Francis Ford Coppola, e, como em seus trabalhos anteriores, pode ser necessário algum tempo para que seja plenamente compreendido e apreciado.