Wicked Parte 1 chegou aos cinemas como uma verdadeira celebração da Broadway para as telonas. Mais do que uma adaptação de um dos musicais mais amados de todos os tempos, o filme é um espelho poderoso sobre as complexidades de ser humano e os desafios enfrentados por aqueles que não se encaixam nos padrões estabelecidos pela sociedade.
Com uma produção grandiosa e atuações brilhantes de Cynthia Erivo como Elphaba e Ariana Grande como Glinda, a história não apenas entretém, mas também provoca reflexões profundas sobre exclusão, preconceito e a força de seguir seus próprios princípios, mesmo quando isso significa andar na contramão do mundo.
Elphaba: a metáfora da diferença
Elphaba, a “bruxa má” de Oz, é a representação perfeita de quem se recusa a se conformar com as regras impostas. Desde seu nascimento, sua pele verde faz dela uma figura de estranheza e exclusão. Ela carrega o peso de ser vista como algo “errado” simplesmente por ser diferente. Isso ressoa em tantas histórias reais: quantas vezes a sociedade transforma quem é único em vilão, apenas porque não cabe na caixa do que é considerado “normal”?
O filme deixa claro que Elphaba não é má — ela é apenas incompreendida. Suas escolhas, guiadas por princípios e não por convenções, mostram sua coragem em enfrentar um mundo que prefere o conforto da conformidade à ousadia de questionar o status quo.
A jornada de Glinda e o lado humano das escolhas
Por outro lado, temos Glinda, a bruxa boa, mas não sem seus próprios dilemas. Interpretada com leveza e profundidade por Ariana Grande, a personagem mostra que mesmo quem parece ter tudo pode enfrentar conflitos internos. Sua amizade e rivalidade com Elphaba revelam como as pessoas frequentemente se afastam de quem desafia o sistema, não por maldade, mas por medo ou conveniência.
Glinda simboliza as escolhas que muitos de nós enfrentamos: seguir a correnteza e ser aceito, ou apoiar quem ousa nadar contra ela.
Reflexões sobre a exclusão e os vilões que criamos
Wicked nos faz pensar sobre como a sociedade tem o hábito de marginalizar aqueles que são diferentes. Pessoas que ousam ser autênticas, que não têm medo de lutar por suas crenças, são frequentemente vistas como ameaças. Pior, são rotuladas de vilãs. Mas será que o problema está nelas ou em nós, que temos tanto medo do que é novo ou fora do comum?
O filme traz uma lição importante: ser diferente não é um defeito, é uma força. E, muitas vezes, os “vilões” das nossas histórias são apenas pessoas tentando fazer o bem à sua maneira, enquanto enfrentam as sombras de um mundo que prefere o conforto das aparências à autenticidade.
Por que Wicked Parte 1 é mais do que um filme?
Além de suas mensagens profundas, Wicked também é uma experiência cinematográfica impecável. Com cenários de tirar o fôlego, figurinos deslumbrantes e uma trilha sonora que já é um clássico, o filme encanta tanto os fãs do musical quanto quem nunca ouviu falar da história.
A performance de Cynthia Erivo é de uma sensibilidade impressionante. Sua Elphaba é vulnerável e forte, trazendo à tona uma gama de emoções que vai além das palavras. Ariana Grande, por sua vez, surpreende com uma Glinda multifacetada, que é divertida, carismática e humana.
Ele nos lembra que ser diferente pode ser um fardo, mas também é uma dádiva. É um chamado para questionarmos nossos preconceitos, nossas escolhas e a forma como tratamos aqueles que não se encaixam.
Então, se você gosta de um bom musical ou simplesmente de histórias que tocam o coração e fazem pensar, Wicked Parte 1 é uma experiência imperdível. Porque, no fim das contas, todos nós temos um pouco de Elphaba dentro de nós — e precisamos aprender a abraçar isso.