A recente decisão da Justiça de São Paulo de bloquear parte da herança deixada por Gugu Liberato trouxe à tona uma disputa complexa e carregada de implicações emocionais e jurídicas. O bloqueio foi solicitado por Ricardo Rocha, um empresário paulistano que afirma ser o quarto filho do apresentador, fruto de um relacionamento ocorrido durante a adolescência de Gugu. A ação, que pede reconhecimento de paternidade e realização de exame de DNA, levanta questões sobre a legitimidade do acordo extrajudicial feito entre os herdeiros oficiais, incluindo seus três filhos e sobrinhos.
Esse caso atrai a atenção pública não apenas pelo envolvimento de uma figura tão querida e famosa como Gugu Liberato, mas também pela complexidade das relações familiares e legais que estão em jogo. A situação é agravada pela possibilidade de evasão patrimonial, conforme alegado pela defesa de Ricardo Rocha, caso a paternidade seja confirmada e os bens não tenham sido devidamente reservados.
Ação de reconhecimento de paternidade e o pedido de bloqueio de bens
Ricardo Rocha, nascido em outubro de 1974, alega ser filho de Gugu Liberato, fruto de um relacionamento que o apresentador teria tido durante sua juventude em São Paulo. Rocha afirma que sua mãe conheceu Gugu em 1973, antes de ele se tornar uma personalidade da televisão, e que o relacionamento teria levado ao seu nascimento. Apesar de ter conhecimento dessa suposta paternidade desde a infância, Rocha só decidiu mover a ação recentemente, buscando esclarecer sua origem por meio de um exame de DNA.
Com base nessa reivindicação, a defesa de Rocha argumentou que o acordo extrajudicial firmado entre os herdeiros de Gugu em 16 de agosto de 2023 poderia representar um ato de “deslealdade processual”. Segundo a defesa, a realização desse acordo sem considerar a possibilidade da existência de outro filho pode implicar em uma tentativa de evasão patrimonial, caso a paternidade de Ricardo seja confirmada. O juiz responsável pelo caso, ao analisar o pedido, determinou o bloqueio de parte da herança até que a questão seja resolvida judicialmente.
Implicações legais do acordo extrajudicial e o bloqueio da herança
O acordo extrajudicial feito pelos herdeiros de Gugu estabeleceu a partilha do espólio, onde os três filhos do apresentador receberiam 25% cada, os herdeiros testamentários 5%, e a mãe de Gugu uma renda vitalícia. Esse acordo, no entanto, foi realizado enquanto ainda havia uma ação de investigação de paternidade em andamento, o que levantou questionamentos sobre a legitimidade do processo. O juiz destacou que os herdeiros estavam plenamente conscientes da ação movida por Ricardo Rocha e, portanto, não deveriam ter prosseguido com o acordo sem garantir a reserva de bens.
A decisão de bloquear parte da herança reflete a preocupação do Judiciário em assegurar que os direitos de todas as partes envolvidas sejam respeitados. Caso a paternidade de Ricardo Rocha seja comprovada, ele teria direito a uma parte da herança de Gugu, o que poderia alterar significativamente a distribuição dos bens. Além disso, o caso levanta importantes questões sobre os limites da autonomia dos herdeiros em negociações extrajudiciais, especialmente quando há disputas familiares em andamento.
Contexto familiar e os desdobramentos futuros da ação
O contexto familiar de Gugu Liberato, conhecido por sua relação com Rose Miriam Di Matteo, mãe de seus três filhos, acrescenta uma camada de complexidade ao caso. Rose havia renunciado a uma ação que pedia 50% do patrimônio e o reconhecimento de união estável com Gugu, o que já indicava a existência de disputas sobre a herança. Agora, com a inclusão de Ricardo Rocha no processo, o cenário se torna ainda mais intricado, envolvendo questões de filiação e direitos sucessórios.
Os desdobramentos futuros da ação dependerão do resultado do exame de DNA e da decisão judicial sobre a legitimidade do acordo extrajudicial. Caso a paternidade de Ricardo Rocha seja confirmada, o processo de partilha dos bens de Gugu Liberato terá que ser reavaliado, considerando a inclusão de um novo herdeiro. Até que essa questão seja resolvida, o bloqueio da herança serve como uma medida cautelar para proteger os interesses de todas as partes envolvidas na disputa.