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Atores de ‘Mamonas Assassinas: O Filme’ narram eventos sobrenaturais durante gravações

A breve e intensa existência e o trágico fim da banda Mamonas Assassinas são retratados no longa homônimo que estreia hoje nos cinemas brasileiros. Dirigido por Edson Spinello, o filme teve cenas filmadas em Guarulhos, cidade da Grande São Paulo que é o berço orgulhoso do quinteto que tomou o país com seu bom humor, irreverência e alegria.

Em um papo exclusivo com a MONET, o diretor Edson Spinello e os atores Ruy Brissac e Beto Hinoto falaram sobre a emocionante jornada e os estranhos acontecimentos, dignos da memória da irreverente banda que circundaram a produção do longa que conta a trajetória dos músicos de uma banda de rock progressivo que acabaram fazendo sucesso com um estilo fortemente atrelado à comédia com uma mistura improvável de estilos.

'Mamonas: O Filme' — Foto: divulgação
‘Mamonas Assassinas: O Filme’ — Foto: divulgação

Intérprete do vocalista Dinho, Ruy tem forte ligação com o seu personagem real, pois o interpretou no musical da banda e canta em sua banda-tributo. “A primeira vez que a gente viu o filme e estava bem na parte do discurso do Thomezão eu tava desabando a chorar e senti uma coisa apertar no braço; eu olhei e não tinha ninguém do meu lado. Eu olhei de um lado, olhei do outro e assim quando eu voltei eu senti de novo uma coisa apertando de novo e eu falei assim:

‘É a presença dos caras'”, relata o protagonista sobre o “abraço” recebido durante a CCXP, em São Paulo. “Eu comecei a agradecer na hora, fiz a minha oração e agradeci os caras”, completa.

Detalhes sobre o filme dos Mamonas Assassinas

Durante as gravações os atores também testemunharam fenômenos bem ao estilo Mamonas, que tinha tanto, para quem acredita, alguma ação paranormal, mas com muita emoção e um fundo cômico daqueles que acabaram deixando muita saudade. “A primeira semana que a gente gravou o filme foi em um sítio do Dinho em Itaquaquecetuba e foi muito doido porque eu já cheguei sentindo uma coisa diferente e quando eu pisei na sala eu me arrepiei inteiro e eu desabei a chorar sem parar com aquela energia tocando em mim e eu senti aquela presença e eu fale: ‘eu vou dar o melhor de mim para poder Honrar um pouquinho da grandiosidade que vocês foram'”, lembra Ruy.

“Naquele dia muitos vidros se quebraram durante toda a gravação; era prato que quebrava era vaso que voava e no camarim, que eles montaram lá atrás da casa, uma peruca saiu voando”, completa o ator. Outro membro do elenco com um laço extremamente íntimo com os meninos de Guarulhos é Beto Hinoto, que vive o tio e guitarrista Bento Hinoto no longa. Assim como o irmão de seu pai, Beto também é guitarrista, dom que herdou do tio mesmo sem tê-lo conhecido.

“Eu lembro que na semana que a gente começou a preparação do filme eu tive um sonho com o Bento e foi a primeira vez que eu sonhei com ele, uma coisa bem passageira. Eu via ele de longe acenando, não era uma conversa, mas era tranquilo.

E todas as vezes que a gente subia no palco para gravar cenas de show no filme Eu senti a mesma energia de sempre quando eu tô em cima do palco de como se ele tivesse ali do lado ou quando eu erro a nota parece que ele ajusta o meu dedo para não passar vergonha”, explica o músico e ator.

“Eu era diretor geral de novelas, vi que esses garotos faziam diferença por onde eles passavam e comecei a olhar vê-los com uma um olhar diferente e entender o fenômeno que eles eram. Era uma coisa politicamente incorreta para caramba que eu acredito a minha percepção que hoje em dia acho que eles não existiriam, por isso eu acho eles relevantes e é de fundamental importância a gente recontar a história deles hoje”, explica Edson Spinello, diretor do longa, que colocou os cinco protagonistas em uma verdadeira imersão em seus personagens.

“Meu trabalho fundamental foi em cinco semanas sentar junto com um preparador [de elenco] e fazer com que o os atores que tem pouca experiência ou que são pouco conhecidos no mercado entender que eles tinham que passar para tela não apenas essas figuras icônicas, mas os seres humanos que estavam por trás deles”, lembra o cineasta.

Músicas no filme dos Mamonas Assassinas

“Eu chamava cada ator pelo nome do personagem e acabou que isso virou hoje em dia inclusive quando a gente se encontra outras pessoas que fizeram continuam chamando eles pelo nome real dos Mamonas. Eu confesso que às vezes tenho até dificuldade de lembrar o nome real dos atores, porque eu chamava pelo nome do personagem. E isso deu uma força muito grande para o filme”, afirma o diretor do filme do Mamonas Assassinas.

Além do esforço em trazer realidade à interpretação dos atores, Spinello reforça que as músicas ouvidas no longa são tocadas e cantadas pelo elenco. Por mais que não houvesse virtuose, os Mamonas têm características ímpares que o tornaram únicos e o resultado final impressionou até quem costuma trabalhar com dublagens e edições de áudio.

“Uma característica desse filme, ao contrário da maioria a maioria dos filmes que contam histórias de cantores e de bandas, é que todas as músicas são cantadas pelos atores”, diz o diretor. “Eu estava em São Paulo mixando o filme e duas pessoas do estúdio apontaram para mim como ficou legal a transição do Dinho para o Ruy, que eles não perceberam em qual momento cada um cantava e, para a surpresa deles, eu disse que todos os vocais tinham sido gravados pelo Ruy”, revelou.

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Caroline Gouveia

Caroline Gouveia Fortino 22 anos, formada em Jornalismo pela Faculdade das Américas (FAM). Redatora e produtora de conteúdo dos portais N10 notícias e Todo Canal, com experiências no Notícias da TV e Metropoles na coluna do Leo Dias.

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