A dívida que a apresentadora Ana Hickmann tem em seu nome é bem maior que os R$ 14,6 milhões que estão sendo cobrados na Justiça. Em pedido de recuperação judicial protocolado na última quinta-feira (7), o marido dela, Alexandre Correa, indica que os débitos são de aproximadamente R$ 40 milhões. Ele pede que a Justiça conceda tutela de urgência, pois os negócios “correm risco iminente de abertura do processo de falência”.
O marido de Ana Hickmann abriu o processo em face da empresa Hickmann Serviços Ltda – Hserv. Ele alega que, em 2022, o balanço patrimonial da empresa “comprova lucros superiores a R$ 8 milhões”, e que esse valor seria suficiente para executar as pendências financeiras a médio prazo. Recuperação judicial ocorre quando você diz ao mercado que está endividado e não tem como pagar o que deve.
Se o juiz acata o pedido de recuperação, ele nomeia um administrador judicial, que irá indicar outro funcionário para cuidar da dívida até que a empresa se recupere financeiramente. Assim, os débitos são dados como suspensos. A tutela de urgência solicitada por Alexandre Correa e sua defesa cabe quando há elementos que evidenciam probabilidades de perigo ou risco enquanto o processo da dívida da empresa é julgado.
No caso, o risco seria de falência e consequentemente, da não quitação do valor milionário. No processo, o marido de Ana Hickmann ainda pede que a Justiça ceda, no prazo de 60 dias, o acesso às contas bancárias dele e de Ana, que correm o risco de serem bloqueadas por ordens judiciais, três bancos solicitaram penhora online para pagamento de empréstimos realizados entre setembro de 2022 e maio deste ano.
Confira mais detalhes sobre as empresas de Ana Hickmann
A Hickmann Serviços Ltda – Hserv é uma empresa fundada pela apresentadora, que tem 95% das cotas, enquanto Correa representa os 5% restantes da sociedade (mas, como eles são casados em regime de comunhão parcial de bens, na prática cada um tem 50%). Seu CNPJ é usado para contratos de licenciamento de produtos que levam o nome de Ana, como óculos, esmaltes e linhas de artigos estéticos, além da imagem da própria comunicadora.
Na última quinta-feira, Ana Hickmann anunciou que contratou os serviços da Legend Investimentos, empresa de gestão de fortuna idealizada por Roberto Justus, que tem como sócio o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, e também a conselheira administrativa Daniella Marques, ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo de Jair Bolsonaro e amiga da apresentadora.
Entenda melhor o caso envolvendo a apresentadora
Ana Hickmann trava uma briga judicial contra Alexandre Correa desde que o acusou de violência doméstica, em 11 de novembro. A apresentadora registrou boletim de ocorrência e disse ter sido ameaçada e agredida fisicamente por ele durante uma discussão acalorada sobre as dívidas do casal. Correa deixou a casa em que a apresentadora mora com o filho em Itu.
A funcionária da Record entrou com um pedido de divórcio pela Lei Maria da Penha, o que aceleraria o processo, mas a Justiça decidiu que o trâmite será na Vara da Família, mais lento. A ação imputaria também no processo de guarda de Alexandre Júnior, de 9 anos, único filho do casal, mas o empresário desistiu da ação e pediu o direito de ver o menino.
Ana chegou a combinar com Correa o primeiro encontro com o filho nesta quinta, mas cancelou ontem. Sua assessoria disse que as visitas estão sendo tratadas entre advogados. As dívidas das empresas se acumularam em 2021, em meio à pandemia de Covid-19, quando houve o fechamento de lojas com a marca Ana Hickmann. A apresentadora, então, deixou de pagar IPTU, condomínio de imóveis e impostos federais.
Empréstimos milionários que teriam sido feitos para auxiliar na recuperação da empresa são cobrados pelo bancos Safra, Bradesco, Sicredi e Original. O Safra levantou em outubro 46 ações de execução de dívidas, que totalizam R$ 14,6 milhões. Agora, com a ação de recuperação judicial, sabe-se que o buraco é bem maior: R$ 40 milhões. A mansão de Itu, além dos carros e apartamentos de Ana em São Paulo, já estão bloqueados para o pagamento dos débitos.