A morte de Tomé, personagem de Eriberto Leão na reprise de Cabocla (2004), quase não aconteceu. De acordo com informações divulgadas à época, as autoras Edmara e Edilene Barbosa, responsáveis pela adaptação da novela original de Benedito Ruy Barbosa, tinham decidido alterar o destino do personagem em relação à versão de 1979, onde o papel era interpretado por Maurício do Valle (1928-1994). Em declaração veiculada no jornal O Globo, Edmara afirmou categoricamente: “Eu e o meu pai [Benedito Ruy Barbosa] já decidimos isso. Tomé não morrerá”.
A notícia da mudança de roteiro foi recebida com entusiasmo por Eriberto Leão, que interpretou Tomé na versão de 2004. Em entrevista ao jornal Zero Hora, semanas antes da gravação da cena final, o ator comemorou a possibilidade de um final feliz para o personagem. Ele destacou a felicidade de Tomé não morrer assassinado numa tocaia, um desfecho presente na versão original. O ator creditou a decisão das autoras à forte identificação do público com Tomé e seu relacionamento com Tina (Maria Flor).
Personagem de Eriberto Leão fez sucesso em Cabocla
Eriberto Leão atribuiu o sucesso do personagem e o apelo por um final alternativo à empatia gerada pelo casal Tomé e Tina e à sua interpretação, juntamente com a de Malvino Salvador (Tobias), que conferiu a ambos um tom rústico, mas sensível. “Acho que as duas coisas contribuíram para que o Tomé não morresse. E também a cara que eu e o Malvino Salvador, que interpreta o Tobias, demos para esses peões. Eles são rudes e rústicos, mas sensíveis ao mesmo tempo. Acredito que isso tenha feito com que eles conquistassem mais as pessoas”, afirmou o ator em 2004.
Apesar das declarações iniciais, o desfecho da trama reservou a morte de Tomé em um confronto com os homens que agrediram Felício (Sebastião Vasconcelos). A imprensa, entretanto, não divulgou a razão pela qual as autoras optaram por manter a morte do personagem.
Outro elemento que marcou a adaptação de 2004 foi o retorno de Rosa (Vanessa Gerbelli), ex-noiva de Tomé. Sua reaparição, ausente na versão de 1979, foi prevista para criar tensão no casamento de Tomé e Tina nos capítulos finais, mas, com a morte do peão, Rosa o encontra já viúva.
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Obs: Os capítulos podem sofrer alterações pela Globo.
