Na televisão brasileira, quando um produto dá certo, usa-se à exaustão. Veja questões como o “The Voice Brasil”, desgastado até perder relevância e o “Master Chef”, que, ainda no ar, não mobiliza mais os telespectadores.
O SBT resolveu se especializar na realização de novelas infantis, o início com “Carrossel” foi promissor, mas, repetindo as histórias à exaustão, levaram a um desgaste da fórmula.
“A Caverna Encantada”, escrita por Iris Abravanel, estreou em março, e tem a menor média de audiência das novelas infantis exibidas na faixa. Enquanto “Carrossel” teve média de 12,4 pontos em 2012, “A Caverna Encantada” patina com 4 pontos de média, ou seja, a emissora perdeu mais da metade do público.
Vários são os fatores que explicam isso. Praticamente todas as novelas infantis da emissora foram escritas pela mesma autora: Iris Abravanel. Não se discute, aqui, a capacidade criativa da autora, mas é impossível, dentro de um nicho tão específico, não se repetir. As novelas acabaram por ser muito iguais, sempre com a mesma premissa, o que acaba por cansar os telespectadores.
As novelas, excessivamente longas, também desmotivam o acompanhamento das tramas, além do horário também não ser convidativo, pois quase 21 horas já é horário para crianças dormirem.
O sucesso de “Força de Mulher”, enlatada turca da Record, mostra que o SBT ainda está em débito com este público, sem apresentar qualquer novela adulta. Assim como acontece na sua concorrente, as reprises em looping eterno, cria, ainda mais, a sensação de “deja-vú”.
Não se critica, aqui, a excelente ideia de produzir novelas para o público infantil, isso é louvável, ainda mais numa época em que as emissoras abriram mão disso tudo. Mas só investir nisso, sem um respiro, e só com uma autora à frente de tudo, coloca a emissora num lugar perigoso.
Os números já mostraram e agora o SBT terá que repensar sua grade para trazer mais telespectadores ao seu catálogo.