Após escrever duas novelas sem repercussão: “Pega Pega” e ”Cara e Coragem”, Claudia Couto apresenta um produto leve, despretensioso e delicioso de acompanhar. Ela chegou com sangue nos olhos ao apresentar uma trama totalmente popular. “Volta por Cima” tem tudo para agradar ao público do sofá e das redes: uma protagonista forte e lutadora, um herói popular e vilões carismáticos.
A história de amor dos protagonistas, que começa com uma faísca, no melhor estilo “Megera Indomada”, sempre gera torcida do público. Madá e Jão parecem se odiar, mas este ódio, na realidade, nada mais é do que uma atração mútua. Uma história de amor construída, aos poucos, parece mais crível do que um pacto de sangue ou juras de amor eterno em uma troca de olhares, né “Mania de Você”?.
A estética da novela lembra muito o de “Pé na Cova”, seriado de Miguel Falabella, também ambientada no subúrbio do Rio de Janeiro. Estão ali, presentes, todo o rico universo do Rio de Janeiro: contraventores, o malandro, samba e mulheres batalhadoras. A principal empresa da novela, por exemplo, não é uma multinacional, é uma empresa de ônibus, com a sede na periferia.
“Volta por Cima” ainda traz, pela primeira vez, na história das telenovelas, um triângulo amoroso formado apenas por pessoas pretas, ficou a cargo de Jéssica Ellen, Fabricio de Oliveira e Amaury Lorenzo a responsabilidade de entrarem para a história. Amaury, por sua vez, também se considera parte da comunidade LGBTQIAPN+, coisa impensável há alguns anos.
Muitos foram os destaques deste primeiro capítulo: o trio de protagonistas, MV Bill, numa participação especial, Isadora Cruz, Milham Cortaz, Rodrigo Fagundes, Fábio Lago e Drica Moraes. E que prazer temos em cena a grande Betty Faria, além do retorno de Tereza Seibletz às novelas.
Com um elenco de conhecidos, “Volta por Cima”, parece nos transportar à época de ouro das novelas globais. Vamos ver se a trama se sustentará pelos próximos meses.