A co-produção entre Warner Bros. e MGM, “O Sol Também é Uma Estrela”, baseada no best-seller homônimo de Nicola Yoon lançado em 2016, narra o encontro inesperado de dois jovens em Nova York que se apaixonam em um único dia. A diretora Ry Russo-Young, conhecida por seu trabalho em “Antes Que Eu Vá”, enfrenta o desafio de adaptar uma história amada por muitos leitores, trazendo grandes expectativas para ver seus personagens favoritos ganharem vida nas telas de cinema. Com um elenco liderado por Yara Shahidi, da série “Black-ish”, e Charles Melton, de “Riverdale”, o filme promete emocionar ao abordar temas como destino, amor e imigração.
O Todo Canal vai explorar os principais aspectos da adaptação cinematográfica de “O Sol Também é Uma Estrela”, avaliando se ele cumpre as expectativas dos fãs do livro e se merece ser assistido. Analisaremos a trama, a atuação dos protagonistas, a direção e a cinematografia, destacando os pontos fortes e as possíveis falhas da produção. Se você está curioso para saber se o longa é uma escolha válida para sua próxima sessão de cinema, continue lendo para obter uma análise detalhada e criteriosa.
Enredo cativante com temas universais
Ele apresenta a história de Natasha Kingsley, uma jovem jamaicana que enfrenta a iminente deportação de sua família após nove anos nos Estados Unidos. Em meio a essa crise, ela conhece Daniel Bae, um jovem coreano prestes a participar de uma entrevista para a faculdade de medicina.
O filme explora o encontro improvável desses dois jovens e a conexão que se desenvolve entre eles em um curto espaço de tempo.
A narrativa aborda temas universais como destino versus coincidência e amor versus ciência, oferecendo reflexões profundas através dos monólogos narrados pelos próprios atores.
Fidelidade e adaptações no roteiro
O roteiro, adaptado por Tracy Oliver, mantém a essência dos personagens e a estrutura narrativa do livro, mas introduz pequenas mudanças para se adequar ao formato cinematográfico. Embora alguns fãs possam notar essas diferenças, a adaptação preserva os elementos principais que tornaram a obra original um sucesso.
A escolha de incluir monólogos narrados ajuda a contextualizar os temas centrais e a enriquecer a experiência do espectador, destacando as relações dos protagonistas com a cidade de Nova York e com suas próprias culturas.
Desempenho de Yara Shahidi e Charles Melton
Os dois assumem os papéis principais como Natasha e Daniel, respectivamente. Enquanto Shahidi traz uma intensidade contida à sua personagem, refletindo a desesperança e a determinação de Natasha, Melton interpreta um Daniel romântico e idealista, convencido de que seu encontro com Natasha é obra do destino. No entanto, a química entre os atores nem sempre convence, e algumas cenas cruciais carecem de profundidade emocional, o que pode impactar a imersão do público na história.
Direção e desenvolvimento dos personagens
A direção de Ry Russo-Young busca equilibrar os momentos de tensão emocional com a leveza do romance, mas esbarra em alguns desafios. A insistência de Daniel em conquistar Natasha pode ser vista como importunação, comprometendo a simpatia pelo personagem.
Além disso, a direção por vezes parece apressada, não permitindo que certas cenas se desenvolvam plenamente, o que pode frustrar os espectadores que esperam uma adaptação mais fiel e detalhada.
Nova York como cenário
Uma das grandes qualidades é a forma como utiliza a cidade de Nova York como cenário. Ao invés de focar nos pontos turísticos mais conhecidos, o filme opta por áreas menos exploradas, que refletem melhor as origens diversas dos protagonistas.
Essa escolha não só enriquece a narrativa visualmente, mas também serve como uma metáfora para a jornada dos personagens, destacando suas experiências únicas como imigrantes em uma cidade multicultural.
Comparações com Outras Produções
O uso de Nova York e a dinâmica entre os protagonistas lembram produções como “Antes do Amanhecer” de Richard Linklater, onde dois jovens se conhecem e passam um dia juntos em Viena. No entanto, “O Sol Também é Uma Estrela” distingue-se ao abordar a história de amor através das lentes de personagens de origens raciais e culturais diferentes, oferecendo uma perspectiva fresca e contemporânea.
A cinematografia busca capturar a beleza dos atores e dos cenários urbanos de maneira uniforme, evocando um clima semelhante ao de “Se a Rua Beale Falasse” de Barry Jenkins, ainda que sem a mesma sofisticação visual.
Vale a Pena Assistir o filme O Sol Também é Uma Estrela?
Essa é uma adaptação honesta que tenta trazer para as telas a magia do livro de Nicola Yoon. Embora não seja perfeito, especialmente devido às limitações nas atuações e algumas escolhas de direção, o filme oferece uma experiência visualmente agradável e aborda temas importantes de maneira acessível. Para os fãs do livro, a adaptação pode não atingir todas as expectativas, mas ainda assim apresenta uma história cativante e relevante.
Se você está em busca de um romance leve com toques de reflexão sobre destino e ciência, essa pode ser uma boa escolha. A beleza dos cenários de Nova York e a representação de personagens diversos são pontos positivos que podem agradar ao público. Entretanto, esteja preparado para uma narrativa que, apesar de seus encantos, apresenta alguns momentos de inconsistência. Com um coração aberto, é possível apreciar esta singela adaptação e até se emocionar com a jornada dos protagonistas.