Após receber muitas críticas por manter os desfechos originais de Pantanal (2022), Bruno Luperi não pretende mudar sua postura com Renascer. O autor atualizará a obra e introduzirá discussões relevantes da atualidade nas trajetórias de personagens que as acolham e só. Por causa disso, a morte de José Venâncio (Rodrigo Simas), o terceiro filho de José Inocêncio (Humberto Carrão/Marcos Palmeira), já está confirmada para esta nova versão.
“Algumas coisas são imutáveis. Vou pegar o caso de Pantanal. Quando você tem o acidente da Madeleine [Karine Teles] e ela sai da história, a história toda muda. Se ela fica, você não pode contar aquela história. Então, algumas decisões têm que ser aceitas, mas tentando dar um sentido maior, tentando compor um pouco melhor aquilo tudo”, começou o autor de Renascer.
“Na versão original de Renascer, eu tinha cinco anos. Fiquei indignado com meu avô na morte do Venâncio: ‘Por que você matou ele?’. Hoje, com a experiência que tenho, eu entendo o que aconteceu. Tem uma história maior sendo contada”, explicou o novelista, em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.
Bruno Luperi revela detalhes sobre Renascer
O público tinha dúvidas quanto a ambos esses desfechos porque eles também não constavam inicialmente nos planos originais de Benedito Ruy Barbosa. Madeleine só morreu na primeira versão de Pantanal (1990) pois sua intérprete, Ítala Nandi, pediu ao autor para sair da novela. Ela queria se dedicar a outros trabalhos.
No caso de Renascer (1993), Venâncio foi assassinado devido a sucessivos desentendimentos por parte de Taumaturgo Ferreira com a produção da novela. Contudo, foi o desfecho de Xeréu Trindade (Gabriel Sater) que mais gerou dor de cabeça ao autor na novela passada. Almir Sater, o intérprete do violeiro em 1990, também acertou sua saída à época. No remake, os fãs ansiavam para isso fosse mudado, uma vez que o casal formado pelo endiabrado e Irma (Camila Morgado) fez fama na web. Além disso, como se tratava do final, acreditava-se que isso não atrapalharia os rumos da novela.
Luperi se defende: “Só quero homenagear a obra, fazê-la ser coerente hoje e fazer o público se engajar. Tem muita pauta do nosso cotidiano, muita reflexão que a gente só pode fazer hoje, mas respeitando uma história que precede. Uma saga de um personagem está sendo contada, e todas as tramas paralelas alimentam aquilo”, argumentou.