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“Família é Tudo” terminou, nesta sexta-feira (27), sem empolgar

Daniel Ortiz trouxe "Família é Tudo" ao horário das sete, elevando a audiência, mas entregando um texto repetitivo.

Daniel Ortiz é quase um coringa para o horário das sete da emissora, desde que estreou, como autor solo, numa trama baseada no original de Andréa Maltarolli: “Alto Astral”, o roteirista coleciona sucessos, além da citada trama, ainda citamos: “Haja Coração” e “Salve-se quem Puder”.

Em “Família é Tudo”, estava presente todo o universo que compõe a linguagem do autor: triângulos amorosos; trama que se desconecta com a realidade; texto de fácil entendimento. A novela estreou em março com a dura missão de elevar a audiência do horário, que caiu com a sua antecessora “Fuzuê”. Pelo menos, nesta missão, o resultado foi positivo, a antecessora teve média de 19,3 pontos e “Família é Tudo” deverá sair de cena com 20,8 pontos, um incremento de 1,5 pontos no principal mercado do país.
Com um elenco fraco, poucos conseguiram se destacar: Gabriel Godoy, Grace Gianoukas, Daphne Bozaski e Marcelo Médici conseguiram se sobrepor, ainda que tivessem que vencer o texto pouco criativo e repetitivo do autor.

Logotipo de Família é Tudo
Logotipo de Família é Tudo. Foto: Reprodução/Globo

Arlete Salles, o maior nome do elenco, infelizmente foi pouco aproveitada. O título original da trama “A Vovó Sumiu”, talvez, fosse de fato, o mais crível, uma vez que a protagonista ficava capítulos e mais capítulos sem aparecer. A fase final, cheia de cenas desta brilhante atriz, mostrou que o autor errou em não ter dado mais destaque às gêmeas Frida e Catarina. Arlete roubou a cena e comprovou que o etarismo que existe na escalação de grandes nomes, é uma grande bobagem.

Hans sequestra Catarina em Família é Tudo
Arlete Sales em Família é Tudo. Foto: Reprodução/Globo

A direção da novela foi outro problema. Algumas cenas, principalmente do encontro das gêmeas, na primeira metade da novela, era, completamente amadora. Porém, aqui fica um adendo: a direção acertou o tom na metade final. Já a direção de atores ficou a desejar: a trama, ambientada em São Paulo, com muitos atores cariocas e seus sotaques, fez parecer que a novela era locada na periferia do Rio de Janeiro e não no subúrbio de São Paulo.

Aqui, mais uma vez, fica evidenciada o erro da atual direção da Globo: “Família é Tudo” era uma novela para, no máximo, 120 capítulos. Teve 177. A história andou em círculos por vários capítulos. Neste caso não tem como culpar os autores, há décadas eles, os diretores e os atores lutam por novelas mais curtas. A gestão passada havia implementado o máximo de 155 capítulos para todos os horários, o número, apesar de longe do ideal, era melhor do que o implementado pela atual gestão, com números próximos ou ultrapassando os 200 capítulos, isso tudo reflete na audiência.

“Família é Tudo” sai de cena e deixa o horário mais tranquilo para receber “Volta por Cima”.

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Michâel Godoy

Michael Godoy é um advogado apaixonado pelo mundo das artes, além de ser um ator formado pela Oficina de Atores Nilton Travesso em São Paulo. Já foi colunista do TN Audiência entre os anos de 2014 e 2017 e retorna agora falando sobre um assunto que ele adora: televisão.

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